
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse, nesta sexta-feira (26), que o setor espera com entusiasmo o possível encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, ele afirma que existe “um longo caminho” para a renegociação das pesadas tarifas impostas pelo governo americano.
“Torcemos pela aproximação entre Brasil e EUA, mas o caminho é longo”, destaca Alban. O tema integrou a pauta da reunião do Fórum Nacional da Indústria (FNI), realizada na sede da CNI em São Paulo.
CNI anuncia escritórios no exterior
Ricardo Alban também informou os empresários da abertura de quatro escritórios de representação em regiões estratégicas para a promoção dos interesses da indústria brasileira no exterior. As novas unidades funcionarão em Nova York (EUA), Xangai (China), Munique (Alemanha) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
O objetivo da iniciativa é ampliar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, conectando a indústria nacional a oportunidades de negócios, investimentos e inovação.
O presidente também explicou que os escritórios vão apoiar empresas brasileiras no acesso a mercados externos e vão promover investimentos estrangeiros no Brasil.
Ministério apresenta Estratégia Nacional de Contratações Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (ENCP)
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, participou da reunião do FNI e apresentou a Estratégia Nacional de Contratações Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (ENCP). Ela explicou que o objetivo é transformar as contratações realizadas pelo setor público em instrumentos efetivos de desenvolvimento sustentável econômico, social e ambiental.
“Para garantir um processo amplo e representativo, a estratégia está sendo desenvolvida de forma colaborativa, com a participação de diversos atores envolvidos nas contratações públicas e contamos com a CNI nesse processo também”, disse.
Segundo a ministra do MGI, entre os eixos de trabalho com a CNI está a cooperação no projeto-piloto para identificar o potencial de demanda das compras públicas e oportunidades de adensamento produtivo nos territórios.
Sobre o combate ao Custo Brasil, Dweck afirmou que a principal ação do ministério está nos esforços para a desburocratização e transformação digital do serviço público.
“As práticas que afetam a indústria no país é, de fato, uma grande preocupação para o governo federal. Portanto, atuar na desburocratização é uma das nossas principais metas”, enfatizou.
A reunião do FNI também trouxe a atualização das tramitações dos projetos da agenda legislativa da CNI, com destaque para a votação no Senado Federal, marcada para o dia 30 de setembro, do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 108/2024, que trata da segunda etapa da regulamentação da reforma tributária.
Campanha Custo Brasil é apresentada ao FNI
O vice-presidente da CNI, Leo de Castro, apresentou a campanha Custo Brasil, lançada no dia 15 de setembro. O objetivo é mostrar o impacto do custo na rotina dos brasileiros e possíveis caminhos para superar os problemas de ineficiência.
“O tema Custo Brasil está presente na vida dos brasileiros a mais de três décadas. Ele tira a competitividade de quem produz e faz com que todos nós paguemos mais caro do que se consome no país”, destaca Leo de Castro.
Segundo ele, uma das principais estratégias para combater esse problema está na vontade política e em uma regulação moderna. O vice-presidente da CNI também lembra que a mandala Custo Brasil, divulgada pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), contou com a participação do governo federal e, por isso, precisa ser uma ação conjunta entre os setores público e privado.
“Queremos sensibilizar o país, a classe política. Não é um tema do empresário, é algo que afeta os mais de 213 milhões de brasileiros”, concluiu.
A Confederação Nacional da Indústria traz a campanha Custo Brasil para mostrar como os vilões desse impacto financeiro atuam para encarecer tudo, travar a competitividade industrial e frear o desenvolvimento econômico e sustentável do país.
De forma lúdica, a CNI apresenta seis personagens que são os principais fatores para a conta de R$ 1,7 trilhão por ano desperdiçados no Brasil, de acordo com dados do Observatório Custo Brasil (OCB). Jurássio, o monstro que representa a alta taxa de juros; a Infradonha, com o custo das obras paradas e as consequências da ausência de ampliação e diversificação da matriz logística; o Burocratus, com a morosidade da burocracia; Custo Circuito, que representa o valor da energia para lares e empresas; o Tributácio, mostrando que os tributos estão por todos os lados; e o Baiacusto, que reúne o peso de todos eles, representando as perdas do Custo Brasil.
Para conhecer a campanha, acesse o site e veja como combater esses monstrinhos e como esse dinheiro gasto com o Custo Brasil poderia ser investido em benefícios para a população.
Fórum Nacional da Indústria
O Fórum Nacional da Indústria (FNI) é um órgão consultivo da CNI que se reúne periodicamente para alinhar, definir e indicar prioridades, além de orientar a ação de influência da indústria nacional. É formado por mais de 70 presidentes de associações setoriais nacionais da indústria, convidados pelo presidente da CNI, que também lidera o FNI.