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Solução para o país passa por "reformas institucionais", diz Antônio Lavareda em reunião na CNI

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 16 de dezembro de 2025

Cientista político disse que caberá à sociedade – especialmente ao empresariado - se articular e pressionar por reformas capazes de construir instituições previsíveis, responsáveis e modernas


 

O cientista político Antonio Lavareda, diretor-presidente da MCI Estratégia, afirmou nesta terça-feira (16), durante a 11ª Reunião de Diretoria de 2025 da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reformas institucionais serão imprescindíveis no próximo mandato presidencial e na próxima legislatura. Ele foi um dos convidados da reunião para falar sobre o cenário político e as perspectivas para as eleições de 2026.
 
“Essas reformas, por óbvio, não virão de dentro do sistema. Virão apenas quando a sociedade, especialmente o empresariado, articularem e pressionarem. Não se trata de tentar controlar governos, mas ajudar a construir instituições previsíveis, responsáveis e modernas”, enfatizou o cientista político.
 
De acordo com Lavareda, os altos custos políticos, a baixa previsibilidade institucional, os conflitos permanentes e o déficit crescente de legitimidade têm causado instabilidade recorrente no Brasil. “O sistema político brasileiro está obsoleto e inviabilizado. Executivo, Legislativo e Judiciário já não funcionam minimamente harmônica. O nosso presidencialismo tal como funciona hoje está inviabilizado”, criticou.
 
O cientista político alertou que o país enfrenta não apenas um problema de governabilidade, mas um esgotamento funcional de seu modelo político, que, para ele, é incapaz de articular decisão, representação, responsabilidade e controle. Lavareda considera que, enquanto esse arranjo permanecer, nem mesmo as melhores políticas do mundo, elaboradas pelos melhores economistas, surtirão efeito.
 
“Mudanças pontuais produzirão apenas ajustes marginais. A solução exige uma pauta substantiva de reformas institucionais, como um código de conduta atualizado e claro para o Judiciário, uma reforma eleitoral para a Câmara – que leve os partidos a adquirirem identidades programáticas – e a transição para um semipresidencialismo, que produza governos majoritários no Congresso”, propôs Lavareda.

Custo Brasil precisa ser enfrentado


O presidente da CNI, Ricardo Alban, pontuou que a reforma administrativa e uma nova reforma previdenciária serão fundamentais para que o país volte a ter um equilíbrio institucional a curto prazo. “Precisamos avançar com essas reformas, pois vivemos um cenário difícil em que temos o Custo Brasil, que vai desde essa insanidade dos juros altos até o custo da energia, barata para ser produzida no país, mas uma das caras para o consumidor”, destacou Alban.
 
O economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, hoje chairman da Gávea Investimentos, também participou da reunião. Ele disse já ter desenhado com um grupo de economistas uma reforma previdenciária a ser apresentada ao próximo governo eleito seja quem for. Para ele, dois pontos centrais para o Brasil voltar a crescer de forma sustentável são o investimento em infraestrutura e um robusto ajuste fiscal.
 
“Se não houver um ajuste fiscal logo na largada do mandato do próximo presidente poderemos ter muitos problemas. Precisamos repensar o Estado, o qual é o maior devedor de longe. O país precisa repensar sua prioridade de gastos”, afirmou. “Fazer o Brasil crescer só será possível com a redução de desigualdade”, completou Fraga.

Veja como foi a reunião:

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