
Em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) realizou, nesta quarta-feira (10), a cerimônia de entrega do IX Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado Florestal. Ao todo, foram concedidos R$ 115 mil em prêmios, além de troféus e certificados, para cinco pesquisas inéditas voltadas à recuperação de áreas nativas, reforçando o compromisso do Brasil de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, segundo a meta do Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg).
Os cinco estudos inéditos premiados apontam caminhos concretos para integrar ciência, inovação e instrumentos econômicos, orientando tanto políticas públicas quanto investimentos privados em modelos de recuperação florestal. Entre os eixos temáticos analisados, se destacam a viabilidade econômica da restauração de áreas degradadas, os mecanismos econômico-financeiros e a silvicultura de espécies nativas.
Na ocasião, o ministro substituto do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, ressaltou a importância de ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira para fortalecer o manejo florestal sustentável e impulsionar o desenvolvimento regional. “O Brasil precisa conhecer e divulgar a diversidade de espécies, porque o manejo florestal sustentável depende dessa diversidade. Quando a produção se concentra em uma única espécie, ela pode se exaurir e entrar em risco de ameaça. Estudos como os premiados ajudam a modernizar o setor e a transformar os recursos florestais em ativos para o desenvolvimento regional, com benefícios para a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado.”
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian, destacou a importância de manter iniciativas de longo prazo e de fortalecer a agenda da restauração. “É uma maneira de incentivar a inovação e ideias que podem ajudar a tornar a restauração um tema com valor, para a biodiversidade, para o clima e para a economia”, disse. Batmanian também ressaltou o papel das parcerias institucionais para apoiar pesquisa e desenvolvimento e estimular soluções ecologicamente sustentáveis, socialmente justas e economicamente viáveis.

Acordo com a CNI
O acordo de cooperação assinado, durante a cerimônia dessa quarta-feira (10), entre a CNI e o SFB consolida a parceria para a realização do prêmio, que já recebia apoio da CNI desde 2014. Representantes da CNI reforçaram que o desenvolvimento sustentável depende de ciência, manejo responsável e inovação.
O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, ressaltou o valor social e ambiental das florestas e a importância de práticas responsáveis. “Todos sabem que floresta em pé é recurso, é bem social, é bem ambiental, é desenvolvimento. O manejo responsável é um bem também para a sociedade”, afirmou.
Já o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, destacou a relevância econômica e estratégica do setor florestal e o apoio da entidade à iniciativa. “Desde 2014, a CNI apoia esta iniciativa porque acredita que conhecimento e inovação são pilares do desenvolvimento sustentável. O setor florestal brasileiro é estratégico: gera empregos, movimenta a economia e contribui para a transição rumo a uma economia de baixo carbono, conciliando competitividade e conservação ambiental”, disse.
Nesta edição, o prêmio – que também conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – recebeu 42 inscrições, distribuídas em seis eixos temáticos: concessões florestais; bioeconomia; silvicultura de espécies nativas; impactos do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE); viabilidade econômica da recuperação de áreas degradadas; e instrumentos econômicos e financeiros, como CRA, PSA, crédito rural e sistema tributário.
Conheça os vencedores
João Victor Miranda da Gama Oliveira e Alexandre Anders Brasil (Universidade de Brasília, UnB)
Análise Econômica da Concessão Florestal da Floresta Nacional de Capão Bonito - SP
Primeiro colocado, o pesquisador florestal João Victor Miranda explicou que o estudo buscou suprir lacunas técnicas relacionadas à modelagem da concessão florestal da Floresta Nacional (Flona) de Capão Bonito, considerada inovadora por prever a conversão de plantios de pínus em vegetação nativa.
“O estudo visa subsidiar a tomada de decisão do Serviço Florestal e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para a gestão da concessão, preencher lacunas interpretativas do plano de manejo, verificar a viabilidade do modelo e propor recomendações para torná-lo mais atrativo e economicamente sustentável”, afirmou.
Fátima de Souza Freire – Universidade de de Brasília – UNB
Francielle Rodrigues do Nascimento Voltarelli de Freitas – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Quanto Custa Restaurar o Cerrado? Uma Avaliação de Viabilidade e Impacto Climático
Daniela Pauletto
Estrutura e Funcionalidade de Sistemas Agroflorestais Comerciais na Amazônia Brasileira: Implicações para Políticas e Fomento – Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA
Matheus Santos Luz
Práticas Silviculturais Intensivas Influenciam Positivamente no Estoque de Carbono de Florestas de Restauração – accessibility-anchor - Universidade Federal de Lavras – UFLA
Pedro Medrado Krainovic
Restauração florestal multifuncional da vegetação nativa como solução baseada na natureza: Onde e como integrar as agendas da restauração florestal e da bioeconomia? – Universidade de São Paulo - USP
Fernanda Neves Lima
Caracterização Genética e Fenotípica de Populações Naturais de Araucária Angustifólia (Bertol.) Kuntze em Fitofisionomias da Floresta Ombrófila Mista
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP
Confira todas as fotos da premiação, no Flickr da CNI: https://www.flickr.com/photos/cniweb/albums/72177720330857739

