Compartilhar

CNI

SESI destaca integração entre saúde e clima em painel da Pré-COP30

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 16 de outubro de 2025

Inovação, prevenção e resiliência foram apontados como caminhos para preparar sistemas de saúde frente à crise climática; SESI anuncia três projetos de impacto em saúde e sustentabilidade que serão lançados durante a COP30


Foto: Gilberto Sousa/CNI

O impacto das mudanças climáticas na saúde e a necessidade de sistemas mais resilientes e sustentáveis estiveram no centro do Painel de Integração entre Saúde e Clima, realizado nesta quarta-feira (14), durante a programação da Pré-COP30, em Brasília (DF).

O encontro reuniu representantes do setor produtivo, da saúde e da indústria farmacêutica para discutir políticas públicas e práticas voltadas a um sistema de saúde de baixo carbono, preparado para emergências climáticas. 

Thiago Yhudi Taho, gerente de Inovação em Saúde do Serviço Social da Indústria (SESI), destacou como a instituição vem unindo saúde e sustentabilidade. “O SESI atua em três grandes áreas: educação, cultura e saúde. Apenas em 2024, mais de 60 mil empresas foram atendidas e cerca de 4 milhões de trabalhadores tiveram acesso a serviços de saúde. Dentro da agenda de clima e saúde, estamos desenvolvendo uma estratégia de saúde digital para facilitar o acesso, otimizar recursos e reduzir deslocamentos”, explicou. 

Segundo ele, essa estratégia envolve uma plataforma tecnológica integrada que conecta diferentes canais de atendimento, além de unidades físicas, móveis e estações de saúde. Entre as iniciativas, está a assinatura do protocolo de emergências climáticas e a embarcação de saúde, prevista para lançamento durante a COP30, em Belém (PA).

“Para a COP30, teremos ações específicas de mitigação, como o uso da embarcação em comunidades e o lançamento de uma calculadora de emissões, que permitirá medir impactos e apoiar decisões sobre o uso de tecnologias na otimização do cuidado”, completou Taho.

Envelhecimento e vulnerabilidade populacional em foco nos impactos da crise climática sobre a saúde 

O painel também contou com a participação do Dr. Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que trouxe a perspectiva da medicina hospitalar e preventiva. Ele lembrou que o envelhecimento populacional traz desafios crescentes, sobretudo em países em desenvolvimento.

“Hoje convivemos com o fato de que países da Europa se prepararam de maneira estruturada para chegar à proporção de uma pirâmide etária em que o envelhecimento já representa, em média, 21% da população. No Brasil, esse cenário ainda é um desafio”, mencionou.  

Klajner destacou que os mais atingidos pelas mudanças climáticas são os idosos, crianças, pessoas com acesso limitado a serviços de saúde e comunidades em áreas de risco. Ele lembrou também que catástrofes climáticas já impactam a infraestrutura hospitalar e que instituições como a que representa precisam considerar o tema em suas agendas. 

“Uma organização que tem como propósito vidas mais saudáveis não pode se afastar da discussão sobre clima e saúde, especialmente diante dos impactos cada vez mais intensos que já estamos observando”, afirmou o presidente do Albert Einstein. 

Também participaram Priscila Barros, gerente de Relações Governamentais da Sanofi Brasil, que mencionou projetos de eficiência climática para mitigação de danos e adaptação; e Rosana Mastellaro, diretora de Assuntos Técnico-Regulatórios e Inovação do Sindusfarma, que destacou um case de colaboração entre setores para conscientizar sobre o uso racional de medicamentos e o descarte correto. 

O painel integrou a programação “O Papel do Setor Privado na Agenda de Clima”, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro reuniu autoridades governamentais, CEOs e especialistas para apresentar propostas e soluções em preparação à COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). 

Outras Notícias