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Com centros de TI de múitis, Brasil vira pólo de serviços

Por Gazeta Mercantil - Publicado 26 de fevereiro de 2007

Empresas, como Johnson e Johnson e Rhodia, atendem por aqui organização em todo o mundo. O Brasil es

Empresas, como Johnson e Johnson e Rhodia, atendem por aqui organização em todo o mundo. O Brasil está finalmente se tornado um centro de serviço de tecnologia. Diversas empresas multinacionais escolheram suas filiais no País para se tornarem um centro de serviços na área de tecnologia.

Apostando no País estão empresas como Monsanto, Nestlé, Caterpillar e Alcoa.

As filiais realizam todo tipo de tarefa, do desenvolvimento de sistemas, passando pela manutenção de aplicações e infra-estrutura à definição da estratégia mundial de tecnologia da informação. "Esse é o caminho para consolidar no Brasil uma indústria de TI exportadora", aposta Flávio Grynszpan, coordenador do Brasil Outsourcing, evento que começa hoje e discute o tema com a presença de fornecedores de TI e clientes.

Este é o primeiro sinal concreto de que o Brasil pode realmente se tornar um pólo de serviços, após planos de governo, filiais de fornecedores nacionais tentando a todo custo fechar contratos no exterior e metas estabelecidas por ministros que não forem alcançadas.

A estratégia é fazer com que as empresas concentrem na filial brasileira os serviços de TI necessário à organização em todo o mundo. Entretanto, como essas indústrias continuam não tendo como atividade central a gestão de tecnologia, elas acabam terceirizando parte do serviço para fornecedores locais de tecnologia.

Um exemplo é a Johnson & Johnson, que tem no Brasil sua única unidade de serviços de TI da corporação - somente quinze dias atrás começou a discussão sobre outro centro na Ásia. São 120 funcionários em São José dos Campos, onde fica o centro, e em São Paulo e Campinas, em parceiros como C&T e CPM, Politec, TCS e IBM.
vapor.

De oito sistemas em 2005, o centro administra 35 aplicações atualmente. Dos 46 portais usados, o número saltou para 180 gerenciados por aqui. A equipe do diretor de TI, Argemiro Leite, atende as operações da J&J no Brasil e na América Latina, mas a demanda da região só representa 1% do total do serviço do centro. O restante vem de outras unidades no mundo, em especial nos Estados Unidos.

No modelo da multinacional, cada uma das operações globais tem uma área de TI própria. O centro brasileiro desenvolve e dá manutenção para as aplicações utilizadas pelas filiais e matriz. Para 2007, a meta é dobrar o número de horas de trabalho do "captive center", das atuais 70 mil horas para 140 mil. "A maior parte desse crescimento será absorvido pelos fornecedores", avisa Leite, um dos executivos que ganhou exposição global com a nova tendência. De gestor de uma unidade brasileira, Leite passou a ter responsabilidade global. "Tenho a oportunidade de conhecer culturas distintas", comenta.

Outro que ganhou projeção global dentro da empresa é o responsável pela estratégia de TI global da Rhodia, Fernando Birman. A equipe brasileira - que tem até 40% de seus serviços prestados para outros países - só rivaliza hoje com a matriz francesa no atendimento dos 130 países onde está presente.

O carro-chefe dos serviços oferecidos pelos brasileiros na empresa francesa é a implementação e suporte para o sistema de gestão de SAP, que movimenta 30 dos 100 funcionários da área no Brasil. O número de empregados cresceu 10% em dez anos, considerado um ganho em tempos de cortes e de fazer mais com menos.
Mas a equipe é bem requisitada. Nesse momento, um grupo de seis brasileiros especialistas em SAP está na filial americana trabalhando na implementação de sistemas.

De volta ao Brasil, eles vão manter a gestão da aplicação de forma remota. É o inverso da história tradicional, em que estrangeiros vem ao Brasil trazer a tecnologia e voltam levando contratos de serviços de alto valor agregado.

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